sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Hoje conheci Jaqueline

Sempre que ouvimos falar do fim do mundo ficamos em pavor. Mas quando ouço falar da temática sempre aparece na mensagem aquelas letrinhas miúdas de contrato, que raramente lemos. Quando há inferência ao fim do mundo, vem sempre um comentário do tipo,” o fim do mundo como o conhecemos”, não quer dizer necessariamente como nos fez crer a mídia que gosta de tragédia, que o mundo se acabe de fato, apenas acabará como estamos acostumados, mas acho que de fato isto já ocorreu e não nos demos conta. Hoje me aconteceu algo que me chocou muito. Estava eu novamente no Hospital, para ver se vivo ou morro da minha tosse que parece ter tomado de conta da minha vida, na sala de espera uma moça se tremia e claramente sentindo muita dor. Quando o enfermeiro veio dar satisfação da demora, porque eles agora possuem “pesquisa de satisfação” e aos que ainda não se deram conta, mídia positiva é ouro para as empresas nesse novo mundo da interatividade, informação on-line. Perguntei ao enfermeiro se seria possível aquela moça, Jaqueline o nome dela e assim fomos apresentadas, pela chamada do médico, se ela poderia ser a próxima atendida, o enfermeiro constrangido informou eu havia ainda uma pessoa na minha frente aguardando atendimento, que logo se pronunciou que não abriria mão do seu lugar, por sentir que necessitava de pronto atendimento, assim como a moça que estava tremendo de frio, por causa da febre. Não faço juízo de valor, não pretendo aqui ressaltar o ato desta mulher, mas da incredulidade da mulher que recebia o lugar na fila de um estranho a enxergar e ceder a vez. Todos estávamos passando mal, estávamos a final de contas, num pronto atendimento de um hospital em pleno feriado de 7 de setembro. Não quero enfatizar ou enaltecer meu ato, isto não foi minha motivação para escrever e sim como nossa sociedade é outra. Esta nova sociedade é incapaz de olhar para algum lugar além do próprio umbigo, e quando alguém se vê enxergado é como se algo tão maravilhoso que não acreditamos. Falta gentiliza, ponderar e ver que mesmo que tenha chegado primeiro, o outro precisa mais. Talvez seja muito difícil realmente gentiliza neste novo mundo. Não há educação de qualidade, logo a capacidade de analisar as coisas com criticidade desaparecem e todos se deixam levar pela maioria, pela inabilidade de pensar por si só ... a saúde é uma tristeza ...realmente sinto que o fim do mundo já tenha se instalado e eu que me sinto tão injustiçada não encaixo mais, não consigo me adequar, o mundo me incomoda e vive-lo é impossível!!!! Quanta injustiça, mas não posso fazer nada, além de dia após dia conviver com algo que me destrói, minha Kryptonita. Minha escrita é confusa como minha cabeça, muitos acontecimentos ao mesmo tempo, eu realmente penso assim, confusamente e ao mesmo tempo, mas para mim tudo faz absoluto sentido.

Um comentário:

  1. Realmente minha amiga, gentileza é uma coisa em falta nessa nova era.
    Entendo você perfeitamente, já não me sinto mais parte desse mundo. E confesso que eu queria muito que esse 'fim do mundo' acabasse com tudo de uma vez. Seria um freio para essa sociedade tão 'sei lá'.

    Já disse Nando Reis: "O mundo está ao contrário e ninguém reparou." Estamos precisando de um break.
    É triste, mas é verdade!

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